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Reflexão para o VI Domingo da Páscoa

Não somente o Pai e o Filho querem habitar nos discípulos, mas o Espírito Santo também habitará neles para ensinar e fazer recordar-se de tudo o que Jesus lhes disse! 

Reflexão para o VI Domingo da Páscoa
Foto Rádio JC Guassussê


Jesus gostava de dizer que nunca estava só. Vemo-lo retirar-se para a montanha, só, mas para se juntar a seu Pai. E promete aos discípulos não os deixar órfãos porque lhes enviará o seu Espírito, o Espírito Santo, o Defensor. 

Na hora das grandes confidências, pouco tempo antes da sua paixão, Jesus anuncia aos seus discípulos que virá habitar neles com o seu Pai, na condição de permanecerem fiéis à sua palavra. Parece dizer: “se quereis que venhamos habitar em vós, aceitai morar na fidelidade a toda a mensagem que vos transmiti”. 

Não somente o Pai e o Filho querem habitar nos discípulos, mas o Espírito Santo também habitará neles para ensinar e fazer recordar-se de tudo o que Jesus lhes disse. Sabemos que há duas formas de morte: a morte física e o esquecimento. 

Jesus veio anunciar aos seus discípulos que, após a sua morte, Ele ressuscitará, e o Espírito Santo ajudará os discípulos a não esquecer o que fez e disse: eles farão memória, recordando-se d’Ele, mas, sobretudo, proclamando-O vivo hoje até à sua vinda na glória. 

E uma forma de Cristo perpetuar a sua memória e a sua mensagem viva e real entre nós é precisamente através do sacerdócio. 

Por isso é sempre oportuno reafirmar a importância, o valor, a necessidade e a beleza do sacerdócio na vida e na missão da Igreja. 

O sacerdócio ministerial é o sacerdócio dos bispos e padres (não dos diáconos); o sacerdócio comum dos fiéis é o sacerdócio de todos os batizados. Sacerdote significa: aquele que oferece o sacrifício. E sacrifício significa oferta sagrada. Então, o sacerdote é aquele que oferece a Deus um sacrifício. 

Cristo é, a bem dizer, o único verdadeiro sacerdote: sacerdote único e eterno porque Se ofereceu a Si mesmo no altar da cruz. Ele próprio é, ao mesmo tempo, o sacerdote e a oferta. 

Chamamos sacerdotes aos padres porque, agindo na pessoa de Cristo Cabeça, eles oferecem no altar o sacrifício de Cristo na Cruz, atualizado através da Eucaristia. Porém, todo o batizado é, pelo seu baptismo, sacerdote, como Cristo. 

Então, sendo sacerdotes, que oferta sagrada é que oferecem a Deus? O cristão oferece a Deus em sacrifício a sua vida. Isto não quer dizer que faça da sua vida um sacrifício, sofrimento, mas sim um sacrifício, oferta a Deus, oblação. 

Embora os seus sofrimentos também façam parte da sua oferta, pois o batizado consagra ao seu Senhor toda a sua vida, tudo aquilo que é. Ele é consagrado pelo baptismo e pela unção do Espírito Santo para oferecer, mediante todas as obras do cristão, sacrifícios espirituais. 

Este sacerdócio comum é o de Cristo, único Sacerdote, do qual participam todos os seus membros. E é o selo baptismal os compromete e os torna capazes de: servir a Deus mediante uma participação viva na santa liturgia da Igreja; e de exercer o seu sacerdócio baptismal pelo testemunho duma vida santa e duma caridade eficaz. 

Sacerdócio comum e ministerial são duas participações no mesmo sacerdócio de Cristo, Único Sacerdote. Sacerdócio comum não quer dizer inferior. Bem pelo contrário, o sacerdócio ministerial (dos bispos/padres) existe por causa do sacerdócio comum (de todos os batizados), e não o contrário. 

Na verdade, o sacerdócio comum dos fiéis realiza-se através do desenvolvimento do seu baptismo: vivendo uma vida de fé, esperança e caridade, uma vida segundo o Espírito. Ora, o sacerdócio ministerial proporciona ao batizado os meios de que ele necessita para viver a vida divina que recebeu no baptismo.  

O sacerdote é um dispensador desses meios, principalmente dos sacramentos. Ninguém tem direito a ser padre: a comunidade é que tem direito a que ele seja padre! 

Mas os padres continuam a viver, também, o sacerdócio comum dos fiéis. Antes de serem padres são batizados: Convosco sou cristão; para vós sou bispo (Santo Agostinho Vatican News). 

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